The Gifts of Imperfection
A primeira vez que tive
contato com o tema central deste livro foi no TEDTalks com a palestrante Brené
Brown (The Power of Vulnerability), uma pesquisadora americana da área de
Assistência Social.
O discurso dela sobre a
nossa vulnerabilidade me deixou bastante interessada e curiosa. Afinal, quando
não nos sentimos vulneráveis nesta vida?
À época, debati sobre o
assunto com uma grande amiga e professora de conversação de inglês, a Marie
Louise. O livro, resultado de uma profunda pesquisa da autora, ainda não havia
sido traduzido e, obviamente, lançado no Brasil.
Amigos são realmente preciosos
quando verdadeiros amigos, pois foi pelas mãos da querida Marie Louise que
ganhei de presente o livro em inglês.
O título na tradução livre
seria algo mais ou menos assim: “Os presentes da imperfeição ou a arte da
imperfeição: Abandone a pessoa que você acha que deve ser e seja você mesmo.”
Uma tarefa a princípio simples, mas que, na verdade, exige uma mente aberta e
disposta a se autoconhecer.
A leitura coloca em xeque
questões como “o que as pessoas vão pensar de mim” em contraponto com “eu me
aceito do jeito que sou.” No entanto, não é tão somente se aceitar e “que o
mundo se exploda”, mas, sim, aceitar nossas imperfeições e dialogar
genuinamente com elas para que a nossa vida flua de forma mais leve e saudável.
Para a autora, “viver é
experimentar incertezas, riscos e se expor emocionalmente”. Eu vou além: viver é
fazer muitas escolhas a todo o momento, as quais podem ter resultados
satisfatórios ou não. Sendo que o destino de nossas vidas toma, em diversas
situações, rumos sem consultar as nossas escolhas. Assumir o sucesso ou não
daquilo que esperávamos acontecer e promover as mudanças necessárias em nosso
caminho requer muita coragem, humildade e determinação.
A leitura é fácil, prazerosa
e com um rico conteúdo, assim como um convite para mergulharmos nesta viagem,
na maior parte das vezes difícil, do nosso autoconhecimento.
Já é possível comprar a
versão do livro em português tanto online
quanto nas livrarias. O título da edição mais nova é “A coragem de ser
imperfeito: como aceitar a própria vulnerabilidade, vencer a vergonha e ousar
ser quem você é” da editora Sextante.
Para degustação literária,
eis alguns trechos da obra:
“I learned how to worry more about how I felt and less
about “what people might think.” I was setting new boundaries and began to let
go of my need to please, perform, and perfect. I started saying no rather than sure (and being resentful and pissed off later). I began to say “Oh,
hell yes!” rather than “Sounds fun, but I have lots of work to do” or “I’ll do
that when I’m…(thinner, less busy, better prepared).”
“If we want to know why we’re all so afraid to let our
true selves be seen and known, we have to understand the power of shame and
fear. If we can’t stand up to the never
good enough and who do you think you
are? we can’t move forward.”
“Owning our story can be hard but nearly as difficult
as spending our lives running from it. Embracing our vulnerabilities is risky
but not nearly as dangerous as giving up on love and belonging and joy – the experiences
that make us the most vulnerable. Only when we are brave enough to explore the
darkness will we discover the infinite power of our light.”
A verdade é que as nossas imperfeições são parte fundamental de quem nós somos. Reconhecer isso é essencial para construirmos uma vida mais verdadeira. Não devemos mentir para nós mesmos.
ResponderExcluirE o livro aborda essa questão de maneira muito honesta e direta, sem ser uma obra de "autoajuda". Excelente indicação, Cris! :)
E adorei ler esse livro com você! ;)
Beijos!
Irretocável. Em algum momento da vida nos conscientizamos das nossas imperfeições e o porque delas e já não nos sentimos compelidos em explicá-las. Há os que nos aceitam como um todo e os que não nos aceitam. Paciência. “... Um dia você aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...”
ResponderExcluirEsse tema me instiga profundamente. Quixote era um cavaleiro errante. Só que erra sai do lugar. Somos todos seres inacabados e isso contribui para nossa humanidade. Pessoa, no "Poema em linha reta" grita por nós: "Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente nesse mundo?" Manoel de Barros faz coro através de sua lucidez dos descartados: "A maior riqueza do homem é a sua incompletude. Nesse ponto sou abastado." Percebo, ao longo dos labirintos vividos, que a perfeição é uma ficção, um estágio inalcançável, que atua como uma camisa de força psicológica, inibindo a expressão, a autenticidade, o movimento. Talvez seja por isso que tanto admiro os palhaços, clowns: eles expõem o que todos se esforçam para ocultar. São libertos das amarras e dos padrões sociais impostos. O mundo segue. E alcançam o avançado estágio existencial de rir de si mesmo.
ResponderExcluir"...não é tão somente se aceitar e que "o mundo que se exploda" , mas , sim,
ResponderExcluiraceitar nossas imperfeições e dialogar genuinamente com elas para que nossa vida vida flua de maneira mais leve e saudável." Perfeito.
Parabéns, Cris! Me deu vontade de ler!😊😉😘