Mulheres que correm com os lobos: a raiva
A primeira memória na minha
viagem pela biblioterapia foi numa sessão em que a minha psicóloga Cristiana
Seixas me ajudou a perceber e admitir quanta raiva eu tinha dentro de mim - e
ainda tenho em menor proporção, é claro.
A tarefa para casa foi fazer
um “inventário da raiva”, ou seja, escrever desde a mais remota lembrança de
tudo que me provocou, e ainda me provocava, aquela intensa emoção. Foi
surpreendente tomar conhecimento do tamanho da minha raiva! Escrevi um bloco
inteiro de folhas e mais folhas com memórias que me fizeram mal. Além disso,
constatei como aquele sentimento trava e impede várias realizações positivas em
nossa vida, sejam elas profissionais, pessoais ou afetivas.
No entanto, recebi das mãos
da Cris um medicamento poderoso chamado “Mulheres que correm com os lobos” da
Clarissa Pinkola Estés. E ela me disse: “Vá pra casa e leia o capítulo 12, que
é sobre a raiva, e depois me diga como foi a leitura em nossa próxima sessão”.
Voltei para casa com aquele
livro sem ter a menor noção do que estava por vir. Tipo, “grande coisa ler o
capítulo de um livro”, pensei. Contudo, me vi aos prantos enquanto me
reconhecia em cada frase exposta naquelas folhas. Parecia que eu estava numa
sessão de terapia ouvindo a autora falar diretamente comigo. Foi uma
experiência bem diferente no universo da leitura.
Sublinhei várias passagens
do texto nas quais me identifiquei e, por isso, não será possível colocar todas
aqui neste texto. Mas selecionei algumas apenas para ilustrar como é importante
entendermos as nossas emoções e como elas podem atuar de forma positiva ou
negativa em nossa psique.
Se quiserem ler apenas esse
capítulo ao invés do livro todo, que também vale muito a pena, é possível
encontrar a obra na Internet.
Eis alguns trechos do
capítulo cujo título é “A demarcação do território: os limites da raiva e do
perdão”:
“Mesmo as emoções grosseiras
e confusas são uma forma de luz, que estala e explode de energia. Podemos usar
a luz da raiva de modo positivo, para iluminar lugares que geralmente não
vemos. Um uso negativo da raiva consiste em concentrá-la destrutivamente num
único ponto minúsculo até que, como ácido gerando uma úlcera, ela abre um
buraco negro e perfura todas as camadas delicadas da psique.”
“A raiva corrói nossa
confiança de que algo de bom possa ocorrer. Aconteceu algo com nossa esperança.
E por trás da falta de esperança geralmente está a raiva; por trás da raiva, a
dor; por trás da dor, normalmente algum tipo de tortura, às vezes recente, mas
quase sempre muito remota.”
“A indignação, ou irritação,
que sentimos naturalmente com relação a vários aspectos da vida e da cultura é exacerbada
quando houve repetidas ocorrências de desrespeito, perseguição, negligência ou
extrema insegurança na infância. A pessoa ferida dessa forma fica sensibilizada
para futuros traumas e utiliza todas as defesas para evitá-los. Significativas
perdas de poder, ou seja, a perda da certeza de que somos dignos de cuidado,
respeito e atenção, geram uma tristeza extrema e juramentos irados por parte da
criança de que, quando adulta, ela nunca mais se permitirá ser ferida daquela
forma.”
Existe uma razão para
sentirmos todas essas emoções, inclusive a raiva. O filme “Divertidamente”
retrata muito bem essa questão. No entanto, é importante aprendermos como cada
uma delas se manifesta em nossa psique e como podemos usá-las para nosso
benefício e não para nossa destruição.
👏👏👏 Amei!!!
ResponderExcluir👏👏👏Amei!! Depois que comecei a limpar meu coração e a combater a raiva da minha vida , sinto -me mais leve e em paz. Vou ler este capítulo do livro! Obrigada pela dica!😊😉😘
ResponderExcluirA raiva e uma grande mestra, e preciso dialogar com ela e descobrir o que provocou sua visita. Algo essencial esta sendo "roubado" da pessoa. Gostei muito dos trechos selecionados Cris!
ResponderExcluirA raiva em excesso acaba sendo autodestrutiva. Baita textão! Amei s2
ResponderExcluirEsse livro ficou um bom tempo na minha cabeceira, por indicação do Marcelo, mas não li, achei um porre na época . De um tempo pra cá tenho pensado muito nele, acho que chegou a hora. Talvez seu texto seja mais um sinal :)
ResponderExcluirParabéns pela escolha. O livro _ em especial este capítulo _ fala muito do que somos e revela o q queremos esconder . Porque a gente é criada e adestrada para ser boa, só boa. E não somos ( ninguém é) Então mordemos os lábios, mordemos as unhas, nos mordemos, mordemos o outro. Até descobrir que somos igualmente feitas, de amor e raiva, o verso e o reverso. Se aceitarmos isto, começamos a nos salvar.
ResponderExcluirBelo começo, minha amiga. Um grande beijo
Já li muito sobre a raiva para entender se possuímos a raiva ou é a raiva que nos possui. Sei que pode ser danosa mas também pode ser o fio condutor que desencadeia a ação. Dependendo da dose é remédio ou veneno: - Use com moderação
ResponderExcluirSentir raiva e saber administra-la e não permitir que nos prejudique e muito complexo, belo texto para reflexão e pensar nas situações do nosso dia-a-dia
ResponderExcluirGerir as emoções é essencial. Colocaste muito bem, todas tem sua função, podem e devem ser usadas a nosso favor. Parabéns e obrigado pelo belo texto e as dicas.
ResponderExcluirExcelente livro!!
ResponderExcluirComo fui marcada por este livro...afff; hj é a minha "bíblia" dos sentimentos e livro-irmão que nao sai de meu criado mudo!!!Qto ao cap. 12 ainda aprendo a reconhecer a raiva q em mim habita. Obrigada...vou reler o capítulo. Bjbj
ResponderExcluirGosto do jeito que você escreve. Tenho vontade de saber mais...entender mais.
ResponderExcluirÉ claro que agora preciso ler este capítulo do livro.
Eu já sabia que a raiva é um sentimento negativo mas a proporção que ele pode tomar afetando várias outras áreas de nossas vidas é estarrecedor.
ResponderExcluirObrigada Cris, pela dica.
Amei.
Vou ter q ler esse capicapí..rsrs
😘
Capítulo...kk
ResponderExcluirOlá Cris. Seja bem vinda a blogosfera. Não li ainda este livro, mas sei que tem muito a extrair dele. Sucesso no compartilhar. Norma
ResponderExcluirQuero muito esse livro para ter de cabeceira...Guardar raiva (ou não se sentir no direito de senti-la ) leva a depressão.Experiencia própria !
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa de compartilhar as leituras através do blog! Não li esse livro ainda. Achei interessantes os textos sobre a raiva e o controle em nós com a finalidade de gerar energia positiva e não negativa. Sucesso!
ResponderExcluirAo meu ver, esse capítulo sobre a raiva é um dos mais interessantes do livro. Por mais que a obra seja focada no arquétipo feminino, a raiva é uma característica universal: todos nós nos deparamos com ela. Daí, não há como a gente não se identificar com a questão! Cris, excelente texto de início de reflexões! Beijos!
ResponderExcluirCris!!!! amei! fiquei interessada em ler o livro!!! adorei ler seu post, super interessante, me prendeu sabe?! beijao e sucesso
ResponderExcluircomo assim eu tenho um blog da nana??? da onde surgiu esse blog meu deus? auihiauhuha!! é natalia sua irma!!! esqueci de comentar!
ResponderExcluirIt is a wonderful thing when it feels like the author is speaking directly to you. The full text of “Mulheres que correm com os lobos” can be found using the link below.
ResponderExcluirhttps://nepantlerablog.files.wordpress.com/2016/02/women-who-run-with-the-wolves-clarissa-pinkola-estes.pdf?fbclid=IwAR03ngdJyxjZY0oeAu4G_XEXmkcncuhjooXH-UKo3kXkdVc3d2PAusGmI_k
Abs,
Jeremy
Pense num vicio que a pessoa tem: sim, a tal da raiva! Mas estou, a muito custo, tentando sair dessa. Beijo grande.
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